"Zombar da filosofia, é na realidade, filosofar" (Pascal)

sábado, 6 de dezembro de 2008

Massacre dos Gatos


Os filósofos podam a árvore do conhecimento: a estratégia epistemológica da Encyclopédie[I]


Juliana Eluize Kureke[II]



O enciclopedismo surge para classificar o saber, o conhecimento passa a ser delimitado por esquemas de classificação. Classificações estas, que tem a meta exercícios que exprimem poder, pois a enciclopédia enfoca questões de relações entre conhecimento e poder. Ao classificar, elencar, categorizar as formas de conhecimento e saberes o filósofo teria em suas mãos um exercício de poder. Assunto sério, que a enciclopédia pelas mãos de d`Alembert e Diderot busca uma nova ordem do conhecimento, colocam em processo uma nova construção dos saberes.
A tarefa é árdua, pois outros filósofos já se arriscaram “rearrumando a mobília” (DARNTON, 1988, p.250), pensadores durante a Idade Média e o Renascimento se especializaram em delimitar esquemas de conhecimento, o enfoque sobre os métodos e disposição dos saberes mexeu com a república das letras, no século XVI. Esse raciocínio na esquematização dos saberes, em um diagrama de lógica ramista deu combustível a máquina do enciclopedismo.
A Encyclopédie de Diderot, porém, com relação a diagramação apresentava um projeto audacioso, o cabeçalho continha


“a famosa árvore do conhecimento, tirada de Bacon e Chambers, representava algo de novo e audacioso. Em vez de mostrar como as disciplinas podiam ser deslocadas dentro de um padrão estabelecido, expremia uma tentativa de construir uma divisa entre o que se conhecia e o incognoscível, de maneira a eliminar a maior parte do que os homens consideravam sagrado no mundo do saber. Acompanhando os philosophes, em suas caprichadas tentativas de podar a árvore do conhecimento que haviam herdado de seus predecessores, podemos formar uma idéia mais clara de tudo que estava em jogo na versão iluminista do enciclopedismo” (DARNTON, 1988, p.250 -251).

A construção da enciclopédia de d`Alembert e Diderot tem o objetivo de apontar de forma esquematizada a concatenação das ciências, do conhecimento humano. A enciclopédia seria nada mais que um mapa mundi do conhecimento, esperando os navegadores para desbravarem seus saberes e conhecimentos, a famosa metáfora dos enciclopedistas era o “Mappemonde”.
As fontes principais de d`Alembert e Diderot, foram Ephraim Chambers e Francis Bacon, com suas construções da árvore do conhecimento. Chambers constrói uma árvore do conhecimento submetida a teologia, como coroamento dos saberes apontados nos ramos dessa grande árvore. Os enciclopedistas deixam essa concepção de Chambers e partem para a construção epistemológica de Bacon.
Bacon possuía resquícios ainda da época escolástica em seus pensamentos, porém foram de grande valia para a construção na nova árvore do conhecimento dos enciclopedistas. A grande diferença é a de que “onde Bacon via escuridão, eles {d`Alembert e Diderot} viam luz e se orgulhavam de seu papel de abastecedores do Iluminismo.” (DARNTON, 1988, p. 257). As divergências no pensamento terminam por podar a árvore do conhecimento e apontar a estratégia epistemológica da Encyclopédie.
Outro ponto importante é que “os argumentos morfológicos e epistemológicos combinaram-se para tirar o mapa a religião ortodoxa, para consigná-la ao incognoscível e, portanto, excluí-la do mundo moderno do saber.” (DARNTON, 1988, p.265). A religião é colocada em segundo plano, o conhecimento passa a ter uma carga maior de responsabilidade na modernidade, a história se comprometeu com o encargo de difundir esse ideal.
Para d`Alembert a história é como o triunfo das civilizações, e estas são o trabalho dos homens de letras, os grandes homens da história: os filósofos. A visão histórica de d`Alembert, propunha ser dos grandes homens, na última seção do Discours préliminaire, lamenta a Era das Trevas e celebra o Renascimento e refugia-se no pensar dos quatro grandes filósofos: Bacon, Descartes, Newton e Locke[III]. D`Alembert apresenta: 1º - Bacon, como o pai da filosofia; 2º - Descartes, o Descartes questionador; 3º - Newton, o perfeito filósofo moderno e 4º - Locke, àquele que fixou limites finais para o cognoscível.
Por fim, Darton aponta que d`Alembert enfatiza que o grande homem das letras, os filósofos tem a grande batalha pelo conhecimento, que muitas vezes são humilhados e ignorados, o que do ponto de vista dele é errado, ora, se um pensador está preocupado com os indivíduos que compõe uma sociedade que necessita de organização, quem melhor que um filósofo?!

[I] Apontamentos do texto retirado de DARNTON, Robert. O grande massacre de gatos e outros episódios da história cultural francesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1988. 363 p.
[II] Graduanda do 4º período do curso de Licenciatura em Filosofia da PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná), câmpus Curitiba.
[III] “Bacon aparecia neste grande quadro como o pai da filosofia, o primeiro homem a dissipar as trevas e a restringir a razão à sua esfera própria, o estudo dos fenômenos naturais.” (DARNTON, 1988, p. 266-267);
“(...) Descartes, que destruiu as algemas que haviam tolhido a filosofia desde os tempos de Santo Tomás de Aquino, senão de Aristóteles. D`Alembert saudou Descartes o questionador e não o Descartes metafísico.” (DARNTON, 1988, p.267);
“O Newton de d`Alembert servia como o perfeito filósofo moderno, não simplesmente porque descobrira as leis fundamentais do sistema solar, mas pelo fato de ter limitado a filosofia ao estudo dos fenômenos observados.” (DARNTON, 1988, p.267);
“Locke representava o máximo em modéstia, o definitivo sofreamento da filosofia, porque fixou limites finais para o cognoscível. Reduzindo todo conhecimento à sensação e à reflexão, eliminou, afinal, a verdade extraterrestre do mundo do saber.” (DARNTON, 1988, p.267)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Roteiro/Filme - "Filosofia na PUC"

A abertura padrão com uma música marcial arrebata a platéia, a imagem é a identificadora de mais um trabalho do grupo em questão. Ao desvanecer o início padronizado nos demais vídeos o título se faz visível.
Do título emerge a imagem do portão da PUC, reminiscência do antigo prado. A câmera em primeira pessoa cruza o pórtico, um livro surge. As páginas desse último são passadas, os dizeres “o que Filosofia NÃO É!” aparece na tela e a obra de fato tem seu começo marcado.
- momento 1.
A cena inicial mostra uma pessoa alegre (demais) saltitando por entre as árvores. O narrador explana o fato: “Filosofia na PUC é comungar com a natureza?”
De repente, um agente da polícia secreta dos bons costumes aparece devidamente fardado flagra o indivíduo feliz e com seu dedo inquisidor exclama “Não é!”
- momento 2.
Em meio ao jardim zen, lar das carpas da PUC, um rapaz deveras feliz lê Paulo Coelho distraidamente. O narrador confirma: “Filosofia na PUC é contemplar o nada?”
Como um ninja surge a polícia da boa moral e, novamente, com seu régio indicador afirma: “Não é!”
- momento 3.
Imerso em um mar de fumaça, a pessoa serelepe desanuvia seu vício. O narrador traz ao conhecimento do espectador: “Filosofia na PUC é ter tempo de saborear seus vícios calmamente?”
Com uma bela coturnada o inspetor de tudo o que é belo e nobre faz a sua triunfal entrada e exclama: “Não é!”
- momento 4.
Sentada na biblioteca, uma pessoa estuda avidamente. O narrador aponta: “Filosofia na PUC é estudar os grandes nomes e suas idéias?”
Na velocidade característica que deixa até o Flash boquiaberto, o soldado da correção pára, olha para a pessoa e... diz em uníssono com o estudante: “Isso é!”

Na tela se lê “Filosofia na PUC-PR”, que muda para “Ensinar a pensar...”
Dois fiscais da boa doutrina (entrevistadores) instigam o diretor do curso de Filosofia a falar um pouco de como as matérias da grade horária ajudam o estudante a pensar, estruturar idéias, crescer como pessoa.
As imagens são como em clips, colação de imagens em primeira pessoa pelas estandes da biblioteca, espiando uma aula pela janela da porta, dando um 360º ao redor de um computador até que a imagem de um agente da polícia secreta vem (apoiado no computador e segurando um livro), e exclama “Seus melhores amigos!”
As palavras “Dar ferramentas às pessoas...” vem ao primeiro plano.
Uma lista é conferida, as habilidades são listadas: Pensar, Argumentar, Pesquisar, Falar, Ensinar.

Como a famosa imagem do Tio Sam, um dos integrantes do grupo fala: “Trabalhos desafiadores. Precisamos da sua criatividade.”
Um compacto dos feitos do grupo B-52 é exibida para motivar os sucessores de sua honradez.

Fotos de pontos turísticos da PUC ilustram o ambiente do campus. E de súbito, os três integrantes do grupo aparecem e convocam: “Aliste-se já!”
Transição para a imagem da bandeira da PUC tremulando ao vento atinge a vista do espectador.Os créditos finalizam.


domingo, 19 de outubro de 2008

Chaplin?!

"Tua caminhada ainda não terminou...A realidade te acolhe dizendo que pela frente o horizonte da vida necessita de tuas palavras e do teu silêncio. Se amanhã sentires saudades, lembra-te da fantasia e sonha com tua próxima vitória. Vitória que todas as armas do mundo jamais conseguirão obter, porque é uma vitória que surge da paz e não do ressentimento. É certo que irás encontrar situações tempestuosas novamente, mas haverá de vir sempre o lado bom da chuva que cai e não a faceta do raio que destrói. Tu és jovem. Atender a quem te chama é belo, lutar por quem te rejeita é quase chegar a perfeição. A juventude precisa de sonhos e se nutrir de lembranças, assim como o leito dos rios precisa da água que rola e o coração necessita de afeto. Não faças do amanhã o sinônimo de nunca, nem o ontem te seja o mesmo que nunca mais. Teus passos ficaram!Olhes para trás... mas vá em frente pois há muitos que precisam que chegues para poderem seguir-te."(Charles Chaplin)
Muitos filósofos falam de uma maneira espetacular sobre o espetáculo da vida que acontece a todo instante, porém, Charles Chaplin com a simplicidade de suas palavras transmite uma mensagem que dá uma injeção de ânimo à todos...

sábado, 11 de outubro de 2008

Análise crítica aos livros didáticos de filosofia


Com o intuito de realizar mais uma atividade proposta em sala de aula, a seguinte análise diz respeito a uma crítica à 2 (dois) livros didáticos de filosofia. Os livros escolhidos para a análise foram: 1º “Introdução ao Estudo de Filosofia” ( 34ª edição, 3ª impressão, São Paulo: Àtica, 2003) de Antônio Xavier Teles e o 2º “História da Filosofia” ( 7 volumes, São Paulo: Paulus, 2006) de Giovanni Reale e Dario Antiseri.
Os critérios para a análise foram elaborados com o objetivo de abranger o máximo possível do que se espera de um material didático. Posto isto, os critérios são: 1) Se o livro é adequado ao público alvo; 2) Se o formato ajuda na compreensão; 3) Linguagem; 4) Recurso gráfico; 5) Correlação dos veículos escrito-visual; 6) Síntese no final do assunto; 7) Exercício de fixação; 8) Indicações; 9) Bibliografia; 10) Traz fragmentos dos filósofos.
Primeiramente, o livro: “Introdução ao Estudo da Filosofia”. A seguir as respostas: 1) Se o livro é adequado ao público alvo – por se tratar de algo introdutório o assunto é abordado com muitos pontos específicos, o que para uma introdução se torna muito cansativo, portanto muito pesado; 2) Se o formato ajuda na compreensão – O formato do livro é de grande proveito para a compreensão; 3) Linguagem – linguagem muito técnica para o público pretendido (Filosofia para anos iniciais de cursos de graduação que não o de filosofia); 4) Recurso gráfico – há alguns gráficos de difícil compreensão, outros temas há, e nos capítulos sobre lógica, está muito bem elaborado; 5) Correlação dos veículos escrito-visual – não há uniformidade; 6) Síntese no final do assunto – não há; 7) Exercício de fixação – exercícios complexos, ou não há uma pergunta sobre os conteúdos de filosofia; 8) Indicações – não há; 9) Bibliografia – há um grupo de amostragem restrito; 10) Traz fragmentos dos filósofos – tenta ligar o fragmento ao título do capítulo, porém, não há a preocupação evidente em explicar o fragmento em si.
Agora o livro “História da Filosofia”. As indagações, e, conseqüentemente as respostas: 1) Se o livro é adequado ao público alvo – adequação o “mais possível” que o termo técnico pode ter, exige esforço na compreensão, todavia, é adequado ao público alvo; 2) Se o formato ajuda na compreensão - sim; 3) Linguagem – acessível; 4) Recurso gráfico – variado, proporciona uma compreensão mais eficaz; 5) Correlação dos veículos escrito-visual - ótima; 6) Síntese no final do assunto – o mapa conceitual no final dos capítulos é de grande valia para uma síntese de grande esclarecimento para o leitor; 7) Exercício de fixação – não há; 8) Indicações – somente para o texto; 9) Bibliografia – ótima bibliografia; 10) Traz fragmentos dos filósofos - sim.
Por fim, o livro ao qual eu adotaria em sala de aula seria “História da Filosofia”, pois este livro permite uma compreensão ampla em uma linguagem que não foge à rigidez da filosofia, assim como permite uma compreensão acessível; não permitindo cair no senso comum, pois, afinal, o ensinar filosofia tem que estar engajado com o fazer filosofia, dessa forma sem fugir da rigorosidade filosófica dos conceitos.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Ser pesquisador ou não-ser? Eis a questão...

A primeira grande questão quando um profissional recém formado em filosofia escuta é a seguinte: “irás somente dar aula?”, para muitos a resposta seria um enorme “sim”, no entanto, existem outras possibilidades que não esta de um filósofo sobreviver.
Mas então como? A resposta vem sendo alicerçada através da disponibilidade de empresas para o financiamento de projetos, bem como a sua aprovação e execução no âmbito social.
A seguir seguem-se informações sobre algumas instituições que tem o caráter de financiamento e/ou auxílio aos organizadores de projetos, em especial, relacionados ao meio social.

Sites que propiciam financiamento e/ou auxílio:
FUNDAÇÃO ARAUCÁRIA:
Como encontrar? WWW.funcaçãoaraucaria.org.br
Como entrar? Acessar o link projetos, há um edital para o financiamento todo ano.
Quais temas financia? Disseminação Científica e Tecnológica, Formação de Pesquisadores e Fomento à Pesquisa Científica e Tecnológica.
Quais tipos de produção financia? “Amparar a pesquisa e a formação de recursos humanos, visando o desenvolvimento científico, tecnológico, econômico e social do Estado do Paraná”
O que solicita? “• O coordenador proponente deve possuir vínculo empregatício com instituição de ensino e/ou pesquisa, legalmente constituídas, quer na forma de universidades, faculdades, institutos, fundações, sociedades científicas ou culturais, sem fins lucrativos, sediadas no Estado do Paraná.
• O coordenador deverá estar em plena atividade de pesquisa em sua instituição de origem, não cabendo a ele a solicitação de apoio da Fundação Araucária quando ausente, ou em vias de afastamento temporário para quaisquer fins.
• Existência de Chamada de Projeto em vigência.
• Ausência de pendência para com a Fundação Araucária (relatórios técnicos e/ou prestações de contas).
• Cadastro do coordenador/pesquisador e da respectiva instituição no Sistema de Gestão de Projetos - Sigep.
• Submeter as propostas por via eletrônica (Sigep), e encaminhar uma cópia impressa do resumo do projeto cadastrado, devidamente assinada pelo proponente/coordenador e pelo responsável pela instituição(*), via correio, para o endereço:
Fundação Araucária (Nº Chamada/Ano)
Av. Comendador Franco, 1.341 - Cietep - Jardim Botânico
80.215-090 - Curitiba - PR
• Anexar ao sistema eletrônico os documentos solicitados na Chamada de acordo com as especificações de formato e modelo.
• Cumprir todos os requisitos especificados nas Chamadas.
(*) Considera-se responsável pela instituição no caso das universidades, o Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação e, nas demais instituições o seu Diretor Científico, ou equivalentes. “
Qual o produto que exige? “a) utilizar os recursos financeiros liberados exclusivamente para os fins aprovados (não são permitidas alterações no orçamento após a contratação do projeto);
b) apresentar os relatórios técnicos e de prestações de contas dentro dos prazos previstos;
c) fazer referência ao apoio da Fundação Araucária nas teses, dissertações, artigos, livros, resumos de trabalhos apresentados em reuniões e qualquer outra publicação ou forma de divulgação das atividades inerentes ao projeto;
d) cumprir os prazos relativos à atualização no Sigep dos relatórios técnicos parciais e finais e das respectivas prestações de contas, de acordo com o que estabelece o Convênio ou Termo de Outorga;
e) informar sobre auxílios ou bolsas pleiteados para o mesmo fim;
f) não acumular auxílios ou bolsas.”
Mais informações, acesse o site.

Cnpq
Como encontrar? WWW.cnpq.br
Como entrar? Preencher formulário,e este deve ser preenchido corretamente, caso contrário será recusado, procurar a página no site do CNPq.
Quais temas financia? “Destinada ao fomento da pesquisa científica e tecnológica e à formação de recursos humanos para a pesquisa no país.”
Quais tipos de produção financia? Pesquisas científicas e tecnológicas.
O que solicita? “As bolsas devem estar necessariamente vinculadas a projetos e são gerenciadas por seus coordenadores. Os projetos são selecionados em função de editais do CNPq, de convênios do CNPq com Ministérios ou suas Secretarias, órgãos do Governo Federal ou Estadual, Secretarias estaduais ou municipais, Fundações de Amparo à Pesquisa estadual ou, a critério dos Diretores do CNPq, outras instituições de ensino, pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico públicas ou privadas.”
Qual o produto que exige? “a) executar as atividades programadas em seu plano de trabalho; b) apresentar ao coordenador relatórios de atividades, parciais ou final, conforme o caso. “
Mais informações, acessar o site.

CAPES:
Como encontrar? WWW.capes.gov.br
Como entrar? Através de editais.
Quais temas financia? Temas relacionados a expansão e consolidação da pós-graduação strictu sensu.
Quais tipos de produção financia? Produção universitária.
O que solicita? “A CAPES concede bolsas de estudo no Brasil visando estimular a formação de recursos humanos de alto nível, consolidando assim os padrões de excelência imprescindíveis ao desenvolvimento do nosso país.”
Qual o produto que exige? Projetos que possibilitem a expansão dos programas de pós-graduação.
Informações, acesse o site.

FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO:
Como encontrar? http://www.frm.org.br/
Como entrar? O projeto deve ser submetido a um exame antes da aprovação.
Quais temas financia? Meio ambiente, educação, cultura e sociedade.
Quais tipos de produção financia? Produção de cunho social.
O que solicita? A instituição pede que o projeto seja acompanhado por um técnico especializado.
Qual o produto que exige? Projetos relacionados ás áreas da cultura, educação e meio social.
Dúvidas, acessar o site.

* A seguir há o endereço de alguns sites de bancos, que basicamente tem a mesma linha de pesquisa e admissão de projetos.
HSBC:
Como encontrar? http://www.hsbc.com.br/
Como entrar? Submissão de projeto a critérios próprios de avaliação da instituição.
Quais temas financia? Visam temas sociais, que possibilitem o ingresso dos indivíduos na sociedade.
Quais tipos de produção financia? Projetos de engajamento social
O que solicita? Critérios e avaliação própria da empresa.
Qual o produto que exige? O projeto contemplado deve estar de acordo com os temas propostos pela empresa.
Dúvidas, acessar o site.

ITAÚ:
Como encontrar? http://www.itau.com.br/
Como entrar? Submissão de projeto a critérios próprios de avaliação da instituição.
Quais temas financia? Visam temas sociais, que possibilitem o ingresso dos indivíduos na sociedade.
Quais tipos de produção financia? Projetos de engajamento social.
O que solicita? Critérios e avaliação própria da empresa.
Qual o produto que exige? O projeto contemplado deve estar de acordo com os temas propostos pela empresa.
Dúvidas, acessar o site.

BANCO DO BRASIL:
Como encontrar? http://www.bb.com.br/
Como entrar? Submissão de projeto a critérios próprios de avaliação da instituição.
Quais temas financia? Visam temas sociais e culturais, que possibilitem o ingresso dos indivíduos na sociedade.
Quais tipos de produção financia? Projetos de engajamento social.
O que solicita? Critérios e avaliação própria da empresa.
Qual o produto que exige? O projeto contemplado deve estar de acordo com os temas propostos pela empresa.
Dúvidas, acessar o site.

Por fim, algumas (outras) instituições possibilitam um financiamento ou um voluntariado em suas organizações. A seguir a relação: FINEP, Give, Financiar, FAPESP, Boticário, Vale do Rio Doce, Bnds, Petrobras, Auçuba, Escola da Juventude e responsabilidadesocial. Todas elas permitem um campo diferente de projeto e empenho do organizador; conferir estes sites é uma bom recurso para um investimento em sua carreira intelectual como pesquisador.

Todavia, a última questão a ser proposta em atividade foi apontar em qual destas instituições eu inscreveria meu projeto. Pois bem, a instituição escolhida seria um banco (ITAÚ, HSBC ou BANCO DO BRASIL), pois, dessa forma, com o tema de responsabilidade social e cultural poderia estabelecer um parâmetro singular da filosofia no cotidiano dos brasileiros na sociedade.

sábado, 30 de agosto de 2008

Laibach - Life is life

Relatório sobre a apresentação do vídeo

Relatório individual:


Ao vislumbrar o material didático e a apresentação do grupo B-52, a surpresa. Contando com uma equipe bem estruturada, e que, esteve disposta a seguir em frente diante das dificuldades, o integrante deste grupo sentiu-se privilegiado mediante a tamanho empenho de todas as partes envolvidas. Afinal, um regime totalitário deve colaborar.

Ter a oportunidade de poder apresentar o trabalho para outras pessoas foi instigante. Mediante a surpresa e o interesse, a peça chave: o cunho educacional que o material intitulado "A filosofia como instrumento do totalitarismo", teve perante os espectadores do vídeo.

A intenção proeminente seria alertar, apontar e levar a uma reflexão das conseqüências que a filosofia teve perante todo o percurso histórico da civilização humana. Trazer à luz tal pensamento foi o recurso primeiro, bem como, o alerta diante das situações que se apresentam na atualidade.


Relatório do grupo:


Com o intuito de transmitir o vídeo produzido, bem como o material (caderno) didático, intitulado “A filosofia como instrumento do totalitarismo”, a equipe B-52 se dispôs a apresentá-lo para um grupo com interesse sobre o tema proposto.
O primeiro lugar procurado para a apresentação foi uma sinagoga, visto que, a temática exposta na película é de total interesse, todavia não foi possível a apresentação do material, pois, segundo as sinagogas que foram entradas em contato, estas não possuíam um grupo para atividade deste gênero.
Dessa forma, o público escolhido para a apresentação do material filosófico foi o 2º período da turma de Sociologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. No dia 20 de agosto de 2008, na sala A-25, às 20h45min deu-se início a apresentação da mostra do filme filosófico: “A filosofia como instrumento do totalitarismo” (“será possível a filosofia capaz de “praticar” o mal?”).
Acolhimento e admiração. Admiração, característica marcante na face dos espectadores, pois com uma abordagem dinâmica que prendeu a atenção do início ao término da exposição permitiu uma interação específica entre o tema proposto e quem o assistia.
Afinal, o vídeo foi aceito de forma convincente e positiva? Segundo os comentários após a apresentação sim. Elogiaram a forma em que foi transmitido o vídeo (forma teatral + filme + comentários + caderno),e o que mais foi destacado no grupo foi a visão ampla dos acontecimentos históricos, não priorizando somente um lado, mas uma totalidade e multiplicidade de acontecimentos ( referência aos modelos contemporâneos de totalitarismo = nazismo e socialismo marxista).
Por fim, à luz da apresentação do vídeo perante um público diferente ao do convívio acadêmico de filosofia deixou uma possibilidade confortante ao grupo B-52. O tema escolhido para a confecção e elaboração do material didático teve o intuito de transmitir um alerta à sociedade atual, apontar que estes acontecimentos não cessaram, pelo contrário, o que instigou o grupo a saber mais sobre o assunto, e, ter a chance de transmiti-lo a públicos diferentes.

sábado, 9 de agosto de 2008

Com a palavra...


"Mantenha-se simples, bom, puro, sério, livre de afetação, amigo da justiça, temente aos deuses, gentil, apaixonado, vigoroso em todas as suas atitudes. Lute para viver como a filosofia gostaria que vivesse. Reverencie os deuses e ajude os homens. A vida é curta."

(Marco Aurélio)

domingo, 3 de agosto de 2008

De volta ao trabalho...



A filosofia é o melhor remédio para a mente.

(Cícero)

domingo, 27 de julho de 2008

Congresso de Filosofia Contemporânea

Atenção à todos os interessados:
Nos dias 04, 05, 06 e 07 de agosto ocorrerá o "VI Congresso Nacional de Filosofia Contemporânea" da PUC-PR, no Bloco Amarelo (Centro de Teologia e Ciências Humanas - CTCH).
Mais informações: www.pucpr.br/congressofilosofia2008, ou entrar em contato pelo e-mail congressofilosofia@pucpr.br
Participem!

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Apresentação dos vídeos

MOSTRA DE FILMES FILOSÓFICOS
DIA 21 E 28 DE JUNHO
DAS 7:30 ÁS 12:30
AUDITÓRIO SOBRAL PINTO
CENTRO DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS HUMANAS (BLOCO AMARELO) - PUC-PR
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OBS: CERTIFICADO DE PARTICIPAÇÃO DE 10 HORAS
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PROGRAMAÇÃO
DIA 21

07:30 ABERTURA OFICIAL
08:00 FILME: “JOVEM E O CUIDADO DE SI”
09:00 FILME: “O SER EM BUCA DA CURA DOS MALES QUE O ASSOLAM”
10:00 FILME: “NASCENDO PARA UM NOVO TEMPO”
11:00 FILME: “ O QUE É SOPHIA?”
12:00 FILME: “FILOSOFIA COMO INTRUMENTO DE TOTALITARISMO”

DIA 28
07:30 ABERTURA OFICIAL
08:00 FILME: “LIVRES! SOMOS LIVRES?”
09:00 FILME: “ADMIRÁVEL MUNDO DA LINGUAGEM”
10:00 CONFRATERNIZAÇÃO
10:30 FILME: “BIOPODER - DISCIPLINARIZAÇÃO E PRODUTIVIDADE”
11:30 FILME: “ MULHER: DESVELANDO O ENIGMA FEMININO”


RESENHA DOS VÍDEOS:


“FILOSOFIA COMO INTRUMENTO DE TOTALITARISMO”O Filme se inicia com a demonstração da típica estética totalitarista, e a partir deste ponto caminha través da história, revelando as sutis ligações entre o pensamento autoritário e a filosofia.

“BIOPODER – DISCIPLINARIZAÇÃO – PRODUTIVIDADE”No filme pretende-se desmascarar como instituições eclesiásticas, escolares, médicas, psiquiátricas e prisionais têm para o governo uma utilidade política e até ideológica em sua vontade de poder pela normalização e docilização do corpo populacional para a produtividade.No lugar da lei, a norma; o corpo e adestrado, a população é mantida ativa e saudável e assim governável graças ao biopoder que gerencia a vida.

“O QUE É SOPHIA?”O filme visa analisar, estudar e refletir a cerca dos temas que inferem na vida do ser humano. Os temas que nos propomos a levar aos jovens e adultos são: Solidariedade, Ética, Educação, Justiça e Liberdade. Analisados sob um enfoque filosófico, onde, tivemos como referência alguns filósofos que nos ajudaram de suporte para a argumentação e construção dos mesmos, eles são cada vez mais pertinentes e relevantes na prática de nossas ações, as quais nos levam a uma reflexão crítica e profunda da sua importância na relação comigo mesmo, com os outros, com a sociedade e com o mundo.

“O SER EM BUSCA DA CURA DOS MALES QUE O ASSOLAM”Todo homem é cercado de males que o não deixam viver livremente, contudo encontramos algo dentro de nós que clama por liberdade e que quer ser curado. O ser nasceu para vida e não para morte. E quais são os mecanismos usados para que tal transformação aconteça? Quais são as emoções que brotam do homem diante do cuidado de si?Entre e navegue nessa pequena reflexão sobre o Ser e os males que o assolam.

“O ADMIRÁVEL MUNDO DA LINGUAGEM”O filme, propõe falar da linguagem e suas definições tomada pelo senso comum e tomada filosoficamente em algumas vertentes dentro da filosofia, de maneira “simples” para levar o público alvo, as crianças, a refletir sob as funções da mesma no dia-a-dia de cada pessoa.

“JOVEM E O CUIDADO DE SI”O vídeo Jovem e o cuidado de si, elaborado pela equipe Devir Produções, faz uma abordagem de como Sócrates e Schopenhauer pensavam um caminho para ser feliz e como Avicena tentava achar uma cura para o medo da morte. O curta metragem é direcionado a estudantes de ensino médio. Com entrevistas, músicas, e pequenas novelas ele tenta aproximar ao máximo o pensamento filosófico ao dia-a-dia da juventude.

"NASCENDO PARA UM NOVO TEMPO"O filme explora a existência humana imersa nesse contexto de aculturação que presenciamos atualmente, e é por presenciarmos esta era dominada pela tecnologia, em que o tempo fica cada vez mais escasso, que decidimos mostrar as conseqüências que isso traz a um individuo.O protagonista do filme, Dionísio, um cara de classe média, sempre foi educado dentro desse mundo capitalista, no qual se dá muito valor ao status. Em decorrência deste modo de vida, observamos um homem egoísta que sofre por precisar de algo que acredita estar nas coisas materiais. Perdendo a sua vida em nome de uma existência sem significado, considerando-se um ser individual, o homem acaba por desestruturar as instituições, que buscavam aprimorar o comportamento social do ser humano, através da construção de valores e da educação, o que nos abre portas para que pensemos acerca do ser.

“LIVRES! SOMOS LIVRES?”Um dos profundos anseios humanos é ser livre. Na história da filosofia muitos pensadores refletiram sobre essa temática e procuraram compreender em quais condições o ser humano não é coagido por forças externas e pode fazer escolhas conscientes para sua existência. Na tentativa de abordar essas e outras idéias, o grupo Pallotti Produções apresenta “Somos Livres?” com o intuito de debater filosoficamente diante dos várias concepções sobre esse tema a fim de trazê-lo para a nossa realidade.

"MULHER: DESVELANDO O ENIGMA FEMININO"Este documentário aborda de forma geral a questão feminina pensada, de certa, maneira, como um enigma. Focalizamos, assim, a mulher a partir de alguns aspectos específicos que consideramos como inerentes a ela, tais quais: afirmação da feminilidade, como algo diferente da masculinidade, e ainda sobre política, direito, emancipação e, finalmente, estética. Com base nestes pressupostos a Filosofia pode fazer algumas indagações: o que é ser mulher? Que reflexão filosófica pode ser explicitada pensando a mulher sob estes aspectos? Ancorados nestas e noutras interrogações vários especialistas tentam aclarar um pouco mais esse enigma que é o ser feminino e suas implicações para a mulher.

Obs.: O cronograma de apresentações pode sofrer alterações sem aviso prévio.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Interessante...


"Posso não concordar com uma só palavra sua, mas defenderei até a morte o direito de dizê-la"

(Voltaire)

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Pascal...


"Todos os homens buscam a felicidade. E não há exceção. Independentemente dos diversos meios que empregam, o fim é o mesmo. O que leva um homem a lançar-se à guerra e outros a evitá-la é o mesmo desejo, embora revestido de visões diferentes. O desejo só dá o último passo com este fim. É isto que motiva as ações de todos os homens, mesmo dos que tiram a própria vida. "

(Blaise Pascal)

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Mais uma de Schopenhauer...

"A glória é tanto mais tardia quanto mais duradoura há de ser, porque todo fruto delicioso amadurece lentamente."
(Arthur Schopenhauer)

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Schopenhauer... O filósofo...

"Para muitas pessoas, os filósofos são noctívagos inoportunos que as perturbam durante o sono."
(Schopenhauer)

Belo = Moral???


O aluno de mestrado Luciano Ezequiel Kaminski, apresentou em sala uma dúvida sobre sua monografia e como pretende solucioná-la. E qual seria a indagação? Em Kant, o Belo como símbolo da moralidade.
Para tentar explanar bem a sua possível interpretação, o aluno produz uma linha de raciocínio para explicar os meios e os materiais utilizados para alcançar a suposta resposta de seu questionamento. Inicia sua explicação apontando a filosofia transcendental kantiana e a sua influência, na sua posterior afirmação.
Destaca que a razão não se delimita as experiências, segundo Kant, pois eleva/transcende ao infinito. Sendo o agir moral uma consciência mediante a conseqüência da razão, com efeito, na sensibilidade. Ou seja, apresenta o símbolo como uma permissão que compreende o universo favorável. Colocando como princípio a priori o Belo como símbolo da Moral.
Por fim, Belo é um resultado de uma conjunção entre a fantasia e o intelecto, quer dizer, através da contemplação do belo nosso espírito se harmoniza com a perfeição e assim o intelecto é como um instrumento do espírito. Já o Sublime é uma união entre fantasia e razão, explicando melhor, neste caso não ocorre uma harmonia como no conceito de belo, mas sim um contraste. A origem do conceito de sublime na filosofia kantiana está no sentimento, e neste sentido é o sublime e não apenas o belo que é capaz de promover uma elevação espiritual. Para Kant a moralidade tem este sentido quase religioso, pois a ética é uma questão de dever e não uma questão de escolher a melhor entre várias opções e só o cumprimento do dever nos coloca em contato com o belo e possibilita a realização racional do sublime.
Por outro lado a moral, Kant afirma que a base para toda razão moral é a capacidade do homem de agir racionalmente.E que o Belo estaria associado a ele como um símbolo, mas tomando o devido cuidado para não confundir símbolo como sinônimo da moralidade.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Como usar o tempo...


"As pessoas comuns pensam apenas como passar o tempo.

Uma pessoa inteligente tenta usar o tempo."

(Arthur Schopenhauer)

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Eros e Tânatos?


Kant afirma que o imperativo categórico valida a ação, mas não a transforma em universal. A ação não tem importância em si, mas a adequação desta ação ao princípio de poder torná-la universal. O problema é a determinação de tal ação, assim como uma regra lógica sendo aplicada ao enunciado: o enunciado em sua natureza não importa, o que importa é a sua construção dentro do imperativo categórico.
A partir desta concepção Kant aponta para a vontade. No entanto, se esta vontade não pode trazer um valor ético – o que a torna egoística – torna-se então em qualquer coisa menos moral, e principalmente em máxima universal.
Pode-se tentar fazer um vislumbre desta noção, no filme sob a direção de Liliana Cavani, intitulado “O Porteiro da Noite” (1974), no qual há uma tomada de cenas que tentam fomentar a noção do sadismo e masoquismo em Freud. Que seguindo os princípios e distanciamentos distintos de Kant, Freud impregna a vontade. Vontade esta insaciável e o instinto sexual que pode levar a dois tipos de pulsões: EROS E TÂNATOS.
O prazer satisfeito à partir do sadomasoquismo é contemplado, exclusivamente, a personagem Maximilian Theo Aldorfer (ou, Max), em sua luta exacerbada para desviar seus pensamentos (relação com o seu passado, como membro da SS e o nazismo), e buscar sempre a perfeição e punindo-se sempre. Há o envolvimento de Max e Lucia o que acarreta em uma retomada de todos os conflitos psicológicos antes “esquecidos” por estes.
A vontade destes estarem juntos, acarreta em uma vontade ligada ao desejo, o que para Kant não leva a uma ética, apenas à paixão. Freud e Lacan, no entanto, difundem a hipótese das relações do superego, a saber, as pulsões de vida (EROS) e de morte (TÂNATOS), que estão em constante conflito na vida dos indivíduos.


Observação: Este comentário faz referência ao tema exposto em sala de aula (dia 19/04/2008), pela psicóloga e aluna de mestrado Leyserée (Kant – Freud – Lacan) e a indicação de filme para obter-se um paralelo foi do professor Daniel (“O Porteiro da Noite”).

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Kant e a virtude


Ao expor como objetivo primordial de seu trabalho de mestrado, a da noção de virtude trabalhada por Kant, a professora Sônia, aponta hipóteses para a sua monografia e tenta fazer ligações, principalmente com Marco Aurélio e Cícero. Visto que para se atingir esta moral pura há de se perceber a noção de virtude para Kant.
Em seu livro intitulado “ A Metafísica dos Costumes”, Immanuel Kant, aponta para o entendimento de sua noção de virtude. Para o filósofo, esta seria uma força moral da vontade, que designaria a conduta do homem como sendo virtuosa ou não.
A noção de uma ação que receba o mérito de virtuoso, deve estar livre da vontade, pois estando presa a esta não seria considerada de um grande valor moral e ético.O domínio de si mesmo, é o principal enfoque para atingir a virtude, pois controlaria os desejos advindos da vontade e permitiria que o indivíduo fosse capaz de conquistar uma conduta moralmente boa e virtuosa.
“O sábio é classificado de insensato, o justo de iníquo, se busca a virtude além do que seja suficiente”, nesta frase de Horácio, há a pretensão de Kant observar que exista, talvez, uma certa medida para alcançar os objetivos de uma ação boa. Coloca como exemplo, que um indivíduo pode ser considerado virtuoso pelo simples fato de permitir que nada seja moralmente indiferente.
A natureza humana é levada a ter uma conduta moral, pois possui os indivíduos possuem características que o propiciam a ter uma conduta moral e ética concatenada nas ações de aprimoramento para o ser humano.
Por fim, este estudo baseia-se em uma pesquisa que terminará com a deseja da monografia por parte da Professora Sônia, o que terá como fundamento principal as questões dos valores apontados por Kant em sua obra, bem como as possíveis ligações que esta tem o intuito de fazer com os estóicos.

Vontade X Verdade

Nome Original: The Life of David Gale
Diretor: Alan Parker
Elenco: Kevin Spacey, Kate Winslet, Laura Linney
Ano: 2003
País: EUA
Duração: 130 minutos

Ao se defrontar com esta instigante produção cinematográfica, os espectadores ficam sem fôlego. A trama gira em torno do suposto assassinato de Constance, uma grande defensora dos ideais contra a pena de morte nos Estados Unidos. No entanto, o maior suspeito deste crime é, na verdade, seu melhor amigo – que foi condenado à pena de morte – e um grande intelectual, seu nome, David Gale.
Schopenhauer (1788-1860), ao apontar a vontade como centro de sua filosofia, teve um audacioso intuito: demonstrar que os indivíduos são movidos para saciar os desejos pela vontade. A Vontade, é o que faz da vida um pêndulo tenebroso, segundo o filósofo, pois ele permearia entre o tédio e o desespero.
No filme intitulado “A vida de David Gale”, há a possibilidade de desenvolver uma reflexão em torno de dois fatores importantes apresentado na película, são eles: a verdade, e a vontade.
Como Gale e Constance estão engajados por um fator que provém uma causa, ou seja, estão unidos pela luta contra a pena de morte, há uma grande vontade por parte de ambos para a realização de uma benfeitoria para esta questão. E, por este motivo o que os leva a fazer tudo é a insaciável noção de satisfazer esta vontade que nunca se sacia.
No entanto, após a morte de sua amiga, Gale é indiciado como culpado do seu assassinato. Condenado á morte, e nos seus últimos dias de vida pretende conceder uma entrevista a uma jornalista com o intuito de esclarecer os fatos e deixar uma boa lembrança sua para seu filho.
A verdade é colocada em questão, mas ao mesmo tempo a vontade age em sua conduta. Gale mesmo comenta que, ele sabia como e quando morreria, só não poderia dizer por que. Há uma constante luta entre a vontade a noção de verdade, o que proporciona aos espectadores uma gama de reflexões em torno do filme.



Grande escritor...




"Não alcançamos a liberdade buscando a liberdade, mas sim a verdade.

A liberdade não é um fim, mas uma consequência."

(Leon Tolstói)

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Epíteto...

"Bem como há uma arte de bem falar, existe uma arte de bem escutar."
(Epíteto)

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Epicuro...

"A morte não é nada para nós, pois,
quando existimos,
não existe a morte,
e quando existe a morte, não existimos mais."

(Epicuro)

Felicidade é...

"A nossa felicidade depende mais do que temos nas nossas cabeças, do que nos nossos bolsos."
(Schopenhauer)

sábado, 12 de abril de 2008

Ir Direto ao Assunto


" Muitos dão cem voltas ao redor do mesmo ponto e se perdem num falatório sem fim, cansando a si mesmo e aos outros, sem nunca chegar ao âmago da questão. Quem procede assim tem pouca clareza de idéias. São pessoas confusas, que desperdiçam tempo e paciência no que não deviam e, depois, ficam sem ambos para o que realmente importa."

(Baltazar Gracián - A Arte da Prudência)

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Projeto de aula : proposta do caderno de atividades

Introdução

Ética – do grego ethos, que designa modo de ser e caráter. Permite que os indivíduos se relacionem de uma maneira harmoniosa com a natureza e a sociedade, quer dizer, o modo como o ser se relaciona com estes meios através da moral.

Ética psicanalítica - denomina-se como uma exigência de sustentação do desejo, ou seja, a partir do fato de que o desejo impere sobre a razão, esta ética torna-se uma ética trágica. Lacan descreveria como na tragédia grega de Sófocles, “Antígona”. A vontade de saciar o desejo é enaltecida na psicanálise, uma coisa que é perdida desde sempre, o que mobiliza o indivíduo a estar sempre em busca de algo, alguma coisa que está perdida desde sempre (desde o nascimento, e que talvez a encontremos novamente na morte). Posto isto, funda-se a ética psicanalítica que estaria sempre preocupada com a busca de algo perdido.


OS PENSADORES
Sigmund Freud (1856 – 1939)


Biografia:
Psiquiatra e neurologista de origem austríaca e checa. Pelas teorias sobre a mente inconsciente, o mecanismo mental protetivo da repressão e sua redefinição de desejo sexual é tido como o pai da psicanálise.
Até hoje é uma figura incompreendida em alguns meios científicos pela sua utilização dos sonhos como fonte valiosa para tentar obter os elementos contidos no subconsciente, bem como o próprio corpo de suas obras é objeto de debate.
Vontade e a ética:
Freud ao tratar a vontade a divide em duas ordens, a vontade de vida e a vontade de morte. A vontade de vida, libido, é a energia produtiva no ser humano. Já a vontade de morte, thanatos, é a necessidade humana de retornar ao estado de paz, calma. O primeiro leva o indivíduo a evitar desprazeres extremos que põem em risco a vida. Por outro lado este, último, leva a prazeres extremos como forma de levar à morte. No tocante ao exposto, a ética seria algo em que se emprega uma constante busca, e esta busca é pela COISA perdida desde sempre. Porém, talvez, o único lugar que se encontre a mesma seja na morte.


Jacques-Marie-Émile Lacan (1901 – 1981)
Biografia:
Psicanalista francês, formado em medicina com especialização em psiquiatria. Sua contribuição maior se deu pelo avanço nas teses de Freud. As três ordens (o imaginário, o simbólico e o real) figuram como os aspectos teóricos que marcaram seu pensamento pós-estruturalista.
Vontade e a ética:
A vontade lacaniana em muito segue a estrutura proposta por Freud, centra a construção nesta. A psicanálise é o veículo capaz de revelar a verdade por trás da vontade, e assim possibilitar eventos como a cura. Detalhe particular é a diferenciação feita por Lacan de vontade e necessidade. A necessidade é um motor biológico, instinto, que cria a demanda do corpo por certa coisa. Quando o instinto é atendido, porém sempre insatisfeito, o que permanece é a vontade. Vontade não é uma relação com uma coisa, mas sim com a falta dela.
Como para este psicanálise é o método para se chegar ao seu próprio ser, assim há a elaboração da idéia de sujeito. Disto, vontade cotejada com ética se tem que a psicanálise como uma experiência ética, estava baseada em uma concepção ética (desejo).

Questionando e Refletindo...

1. Qual a diferença notável entre a ética e a ética da psicanálise?
2. Através da distinção entre ética e a moral?
3. Como é possível fundamentar a ética no desejo?
4. Com base na função psicanalítica da ética, como no contexto em que vivemos, esta poderia ser aplicada? Quais fatores contribuem para esta noção?
5. Qual ao ponto de fundamentação da ética na psicanálise?
6. Para você, o que seria a busca pela “coisa que foi perdida”, segundo Lacan?
7. Como é possível a psicanálise como experiência ética?
8. Segundo as teorias psicanalíticas, o desejo é algo insaciável e que está em constante busca da satisfação. O desejo é realmente algo insaciável, em todos os sentidos?
9. Porque muitos filósofos lançam o desejo como algo não ético, e para psicanálise o desejo é uma experiência ética?
10. Com base na psicanálise de Freud e Lacan, elabore um conceito original sobre a ética psicanalítica.


LIVROS

MILLER, Jacques-Alain. Percurso de Lacan, uma introdução. Jorge Zahar Editor.
JORGE, Marco A. Coutinho. e FERREIRA, Nadiá P. Lacan,O Grande Freudiano. Jorge Zahar Editor.
FREUD, Sigmund. Interpretação dos Sonhos. Editora Imago.
JORGE, Marco A. Coutinho. e FERREIRA, Nadiá P. Freud – Criador da Psicanálise. Jorge Zahar Editor

FILMES
CÃES DE ALUGUEL, de Quentim Trantino.
PLATOON, de Oliver Stone.
O CLUBE DO IMPERADOR, de Michael Hoffman.

Ética psicanalítica

segunda-feira, 7 de abril de 2008

ótima esta aqui

"...já que neste mundo, em toda parte, nada se espera, nada se exige e nada se obtém por dinheiro a não ser mediocridade, temos de nos haver com esta também aqui." (Schopenhauer)

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Essa eu tive que postar


"Ás vezes converso com os homens do mesmo modo como as crianças conversam com seus bonecos: embora ela saiba que o boneco não compreende, usando de uma ilusão agradável e consciente, consegue divertir-se com a comunicação" (Arthur Schopenhauer, A Arte de Insultar)

Religião Moral em Kant


Para Kant, a lei moral não é necessariamente o que a cultura dita, pois existe uma lei que pode ir contra a cultura para se atingir a moral. O imperativo categórico kantiano (lei moral) determina que a vontade seja livre do sujeito, que esta é influenciada pelas paixões. O imperativo categórico passa a ser considerado digno e virtuoso. Posto isso, torna-se o sentimento moral, que age sobre a cultura.
A religião é vista como uma lei moral, que pode ser definida por duas vias: pela fé eclesial e pela fé racional. No entanto, a fé eclesial que fundamenta os estatutos e as religiões com dogmas, por exemplo, o cristianismo, é passível de erro. Ou seja, não pode ser considerada digna e virtuosa.
Todavia, a fé racional é calcada na boa conduta dos indivíduos, que seria a união dos homens pela lei de virtude que está inscrita no coração de cada um. O que Kant, utilizará como método para atingir o fim último: o Bem Supremo. Essa conduta moral tem um legislador, ao qual fica á cargo de Deus, este é que tem em seus poderes a definição das ações dignas e virtuosas.
Ao expor como objetivo primordial de seu trabalho de PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica), a possibilidade da religião racional derivada da moral pura, o aluno Jorge Vanderlei Costa da Conceição explicita a real hipótese da existência de uma religião racional baseada na moral pura. Visto que para se atingir esta moral pura há de se perceber a noção de fé racional.
Pois a partir da concepção da idéia de que através da fé racional se consegue construir toda uma boa conduta permeada pela união dos homens consigo, a moral pura vai ganhando espaço e fazendo crescer raízes e concatenando na formação de uma religião racional.
Em Kant, a experiência só é a validade de uma noção anterior ao objeto, ou seja, da moral pura é derivada a religião racional que advém desta os deveres morais que são por fim lançados como mandamentos divinos, aliando o inatismo e o empirismo em suas reflexões sobre a religião.
Esta redução da religião moral racional pela moral pura, intui a preocupação de Kant em admitir que a partir do momento em que há o contato da religião racional com a sua causa e seu fim último – Supremo Bem – a busca irá sempre seguir um movimento ascendente.

Fé vs Lei Moral: Será que Vontade Basta?

Jesus de Scorsese

" Se deus fez este mundo, eu é que não gostaria de ser este deus:a miséria aqui presente despedaçaria meu coração" (Arthur Schopenhauer)

Nesse aforismo de Schopenhauer, é possível fazer um comentário sobre a personagem de Cristo do filme de Scorsese. Há a evidência de um Cristo fraco, deprimente e sem convicções, o que o tornaria muito frágil e incapaz de conseguir o fim último de Deus: a remissão dos pecados da humanidade.
A frase do filósofo alemão tem o intento de demonstrar que o mundo é um verdadeiro caos sim, no entanto, existe a possibilidade de amenizar a situação presente.

A vontade em foco


“A dualidade da natureza de Cristo – a necessidade, tão humana, tão sobrehumana, do homem de atingir Deus – tem sido um mistério profundo e insondável para mim. Minha principal angústia e a fonte de todas minhas alegrias e sofrimentos desde a juventude tem sido a incessante, impiedosa batalha entre o espírito e a carne... e minha alma é a arena onde estes dois exércitos têm lutado.” Com esta afirmação Nikos Kazantzakis define de uma maneira interessante a forma como vontade se instala no ser humano e suas causas e conseqüências em nossas vidas.
No filme de Martin Scorsese “A última tentação de Cristo”, há a evidência do que Schopenhauer (filósofo alemão, séc. XVIII-XIX) definiria como Vontade. Vontade esta capaz de expor os indivíduos ao mais tenebroso caos dentro de si, uma constante luta interior para dizimar ou satisfazer esta vontade. Na personagem de Cristo, fica explicito os conflitos vivenciados por este e a sua luta para cumprir a vontade de Deus, ou seja, há uma “Negação da Vontade” forçada.
O oposto desta visão fica evidente na produção cinematográfica “A Paixão de Cristo”, sob direção de Mel Gibson. Ao mostrar na película as últimas 12 horas de vida de Jesus Cristo, a exposição gira em um foco diferente do Cristo de Scorsese. Cristo (de Gibson) mostra-se mais caridoso e sereno, tem consciência do que irá lhe ocorrer. Neste caso, Arthur Schopenhauer ao definir em sua filosofia a metafísica da ética a COMPAIXÃO, expõe que este ato de passividade onde há a negação do egoísmo permite se chegar ao mais alto grau de contemplação, o que para o filósofo é o fim último e supremo o que vai contra a Vontade.
Ou seja, no Cristo de Gibson há a clara noção de que este se compadece da humanidade, sente seus sofrimentos – pecados – e quer saná-los; não suporta a dor que eles têm e quer de algum modo extermina-la. E qual é o modo que Cristo encontra? É o caminha e o fim último para que isto ocorra através de sua paixão e morte na cruz.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Como Nietzsche vê a doença?

Segue o filme


Preparativos para o filme

B - 52
Roteiro para o filme
Tema: Filosofia como (instrumento/ferramenta) do autoritarismo
Anotações:
De início conceituar autoritarismo, e provocar um pensamento filosófico como suporte para o anterior. A intenção é mostrar o grau de envolvimento com a violência e a legitimação de atitudes.

Duração: 50´
àDivisão do tempo de duração em 6 partes:
1. Introdução; (0´ a 5´)
2. Antiga; (5´ a 10´)
3. Medieval; (10´ a 20´)
4. Moderna; (20´ a 30´)
5. Contemporânea; (30´ a 40´)
6. Conclusão. (40´ a 50`)

1. Desenvolvimento de conceitos (igualdade, tolerância, justiça...)
Anotações:
Do percurso para as formas de governo, e como a guerra foi utilizada neste viés (John Keegan). Bem como os conceitos necessários.

2. Antiga
Anotações:
Mostrar as formas de governo de Platão (A República) e, também, a distinção das pessoas existentes. Cortejar com Aristóteles e suas dietas voltadas para o aperfeiçoamento do modelo de ser humano, mais a perspectiva imperial romana de Marco Aurélio.

3. Medieval
Anotações:
Religião e Estado. Mostrar como as ordens guerreiras deixaram suas marcas com a batalha por Jerusalém (Templários). * Tomás de Aquino e Política.

4. Moderna
Anotações:
Os avanços tecnológicos justificados pela mudança de mentalidade. A constituição dos impérios e a seqüência na diferenciação humana presente na
Grécia.

5. Contemporânea
Anotações:
“E com os meus atos eu dou a luz ao século XX.” (Atribuída a Jack, o estripador. No filme do J. Depp)
Trazer os ideais que fundaram os movimentos extremistas que desencadearam a Primeira e a Segunda Grande Guerra Mundial. Fazer claras referências aos filósofos da época em questão.

6. Conclusão
Anotações:
Mostrar a evolução dos conceitos, e como a filosofia foi utilizada para justificar outros conceitos (intolerância, violência, Estado). Bem como o autoritarismo já se valeu e ainda se vale de ideologias e a própria filosofia ( Hugo Chávez).

Material de apoio:
Livrosà obras dos filósofos, mais o de John Keegan, mais alguns de História;
Filmesàde Guerra (Platoon, Apocalypse Now, Hotel Ruanda...);
Lista de Schindler;
Forest Gump;
O Pianista.

Proposta do Caderno de Atividades:
Frente ao público o qual o vídeo é destinado (aluno de ensino médio), o caderno tem o fim de sedimentar os conceitos fundamentais e como eles se relacionam.

domingo, 23 de março de 2008

Ataque em grupo ao livro Filósofos e Terapeutas

Nomes dos integrante do grupo e responsáveis pelo exame que segue:

Hugo A. Lemes
João Antonio Ferreira Gusi
Juliana Eluize Kureke
Petter Pablo Hübner
Veronice do Couto


A obra a ser analisada é:
PEREZ, Daniel Omar – Filósofos e terapeutas: em torno da questão da cura. São Paulo: Escuta, 2007. 274p.
O autor é licenciado em filosofia pela Universidade Nacional de Rosário (Argentina), mestre e doutor em filosofia pela Unicamp. Atualmente é professor no curdo de licenciatura em filosofia da PUC-PR (Curitiba). Autor de “Kant pré-crítico” (1998) e “Iniciação à filosofia” (2006); organizou “Ensaios de filosofia moderna e contemporânea” (2001) e “ Ensaios de ética e política” (2002). Publicou capítulos de livros e artigos de filosofia em revistas especializadas e ministrou conferências no Brasil, Espanha, Argentina, Chile e México.
Bem-estar. A temática ronda esta palavra, e para tanto trabalha com terapia, cura e filosofia.
Nos objetivos se vê a preocupação com a linha do tempo, mostra as diversas feições da relação sanidade do ser e filosofia.
Disto, trata-se de uma apresentação dos pontos considerados expressivos contidos na “Introdução” da obra em questão.
Ao vislumbrar o título de uma apresentação do livro, a pessoa é levada a pensar que apresentará o conceito de cura, a problemática envolvendo a definição anterior, a visão dos filósofos sobre cura com subseqüente enfoque dos terapeutas e, findando, com uma proposta de realidade desejada.
Porém o objeto de análise (livro) surpreende. Pois mostra o que o professor, o filósofo e o médico possuem em comum, bem como oferece pistas históricas disto.
Na esteira do fluxo da história a exposição pinça momentos que a atitude terapêutica conhecide com o pensar filosófico.
Cura no início está relacionado ao modo de vida, mas, ao final da exposição, conhecide com terapia. A prática reflexiva configura modo de ser, uma conduta de agir. Logo, filosofia englobava o conceito de cura. Ao contrário do que se deu com os conceitos anteriores, filosofia e cura se distanciaram.
Cuidar de si visando o bem-estar está, a muito tempo, preocupando o homem e, conseqüentemente, a Filosofia.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Refrescando a memória

Moiras - estas seriam três irmãs, as quais o destino humano estava submetido.
Seriam elas Cloto, Láquesis e Átropos.

O Caos da Esperança




Children of men - Filhos da Esperança

Em meio de um clima de extremo caos passa-se a estória de Filhos da Esperança (título original: Children of men). Este clima de tensão é exposto, sobretudo pelo fato de estar relacionado à proteção da vida; suas fragilidades e fraquezas são expressas neste enredo.
A tentativa de transmitir os caminhos percorridos durante a vida, em uma situação de risco foi interessante. No entanto, por se tratar de um tema extremamente complexo, onde se misturam paz e caos, ódio e amor, vida e morte, corrobora em uma película de difícil interpretação. Pois várias podem ser as interpretações, e delas derivarem conseqüências tão arrebatadoras como o pano de fundo do filme.
Ao demonstrar no filme os personagens em busca constante para a proteção da vida, mas sem nenhuma perspectiva de vida, o cenário é transformado em um verdadeiro inferno. Dionísio reina sobre a terra! Fazendo com que as faces do mundo estejam esperando a dor. Dor no sentido físico e psíquico estando cada vez mais próximo do caos absoluto.
A fragilidade humana é colocada em foco, bem como as causas geradoras da vida. As conseqüências dos atos são colocadas em xeque, onde o rei está no ponto de ser aniquilado. Todavia, somente através da própria humanidade há a possibilidade de existir uma saída para os tormentos, bem como, resolver as indagações que geraram o clima de tensão.
Enfim, o intuito do filme mostra a perspectiva da vida sobre o prisma de uma visão de mundo completamente desesperançada. Restando somente as Moiras o poder sobre o mundo, dependendo destas o destino humano. A luz no fundo do túnel começa a aparecer rodeada por uma forte neblina que insiste em acobertar quem tenta se desvendar dela.


Gladiador



Dos ideais estóicos á tentativa hollywoodiana

“A existência é batalha e estadia em terra estrangeira; a glória póstuma, esquecimento”. Nesta citação encontrada nos escritos intitulados As Recordações( ou Solilóquios), de Marco Aurélio (121 -180 d. C.), há a transmissão dos elementos da corrente estóica, que preocupa-se com a felicidade do homem baseada no controle das vontades e emoções consideradas vulgares e fúteis, não na glória póstuma e a lembrança futura.
No entanto, no filme hollywoodiano Gladiador – um épico de grande produção cinematográfica estrondosa – aponta para um rumo sem o real interesse de transmitir os verdadeiros ideais dos estóicos. Pois, no filme este tema é tratado apenas sutilmente, embora apresente na figura da personagem de Maximus a perseverança e a temperança que são os alicerces do estoicismo, que presa pelo cuidado de si, e se detém a si próprio para alcançar a paz de espírito, não necessitando de mais ninguém para fazê-lo.
Marco Aurélio, por ser um governante-pensador sempre presente nos meios sociais com ênfase na vida das cidades, preocupou-se como um bom estóico em apresentar meios pra os indivíduos alcançarem sua paz. Mas, para este pensador a paz pode ser alcançada no íntimo da alma de cada indivíduo.
A ilustração feito no filme Gladiador à política do “Pão e Circo”, explicitada e banalizada pelas mortes e sofrimento, mas ao mesmo tempo aclamada por este, por terem como gozo esta realização denota o quão frágeis são os indivíduos. Por fim, termino minha exposição com os seguintes trechos dos Solilóquios de Marco Aurélio: “ alguns procuram retirar-se nos campos, no mar, sobre os montes, e também tu costumas desejar ardentemente tais lugares; tudo isso porém, é digno de um home vulgar e ignorante, pois pode, quando quiseres retira-te em ti mesmo”, neste trecho nota-se claramente os ideais estóicos, e tudo fica melhor explanado “com efeito, o homem não pode se retirar em algum lugar em que haja tranqüilidade maior ou calma mais absoluta a não ser no íntimo da própria alma, e especialmente para aquele que tem em si idéias tais que, apenas por contempla-las, imediatamente readquire toda a paz do próprio espírito”.

COMENTÁRIO SOBRE A PEÇA


Antígona

Sófocles ao escrever Antígona teve como intento transmitir através de personagens mitológicos, as questões que norteiam a sociedade com valores morais. A honra é colocada como base de toda a obra, e o seu desenrolar se baseia exatamente nas relações da família para com a sociedade.
Antígona em suma, é filha de Édipo. Este que foi destinado pelos oráculos dos deuses a copular com sua própria mãe e matar seu pai. O qual depois da concretização da profecia é destinado á um exílio. Sendo este, o motivo da renuncia da famíliapor parte do rei e do povo.
Na peça teatral de Sófocles, a tragédia grega concretiza-se pelo fato que acontece a Antígona. Esta é caluniada, difamada e injustiçada perante tudo e todos. O irmão desta, que havia sido morto é proibido pelo rei de Tebas de ter seu corpo sepultado, pois este impuro não poderia ter direito algum. Porém o desenrolar de todos os acontecimentos da peça giram em torno desta questão; valores são enaltecidos e ao mesmo tempo rebaixados, uma mescla antagônica à qual é típica da tragédia grega.
No entanto, o sentimento de amor à família e todos os outros valores são colocados em foco, por se tratar da instituição família. Mesmo o pai tendo cometido tal barbárie, Antígona continua de seu lado.
Por conseguinte, este escrito de Sófocles denota a perspicácia utilizada pelo autor para abordar temas conflituosos que desencadeiam grandes reflexões, através de elementos míticos. O tema central no qual o autor detém-se como sono de fundo é à questão dos valores: a honra e o amor à família são enaltecidos e colocados em conflito perante todos. Cabe, todavia, à quem acompanha o desenrolar peça emitir o juízo sobre estas questões, se estão corretas ou erradas, por que motivos e o por que das conseqüência.

ÉDIPO REI





O oráculo tenebroso

E a Noite gerou o odioso destino(Moros) e a negra sorte (Ker) e a Morte (Thánatos); gerou o sono e a estirpe dos sonhos”, neste trecho de Hesíodo pode-se notar um certo presságio em que há algum acontecimento tenebroso,que poderia acontecer a qualquer momento. Se bem que, na tragédia grega intitulada Édipo Rei de Sófocles pressente algo obscuro como a citação acima.
O teatro escrito por este grande autor, apresenta pontos claramente marcados pelo destino e sua implacável escolha. As tragédias acontecem e não há como voltar atrás. Não existindo a possibilidade de voltar os fatos no tempo e no espaço.
A peça concentra-se na personagem de Édipo Rei. Este fora, sem saber, castigado pelo temeroso Moiras (implacável destino) que através do oráculo dos deuses fora destinado á cometer um ato de profunda indignação: viria ele a matar seu pai, Laio, e copular com sua própria mãe, Jocasta, sem saber.
O clímax da peça se passa no momento em que Édipo toma contado que lhe sucedeu, e a desgraça que isto lhe causará. Não se perdoa, atingindo um grau de negação extremo. Chegando a furar seus próprios olhos para não enxergar o ser impuro que era.
A moral desta peça nos fez refletir muito e possibilita um leque enorme de interpretações. Opções estas que norteiam sentimentos e ações antagônicas. Ora, sabe-se o que fazer, no entanto, o destino fala mais alto e faz com que nos submetamos a sua inexorável justiça.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Mais uma pérola

"Nos gestos mais simples o homem se revela" (Sêneca)

Frase do dia

"Tudo, tudo pode ser esquecido, menos o íntimo de cada um, seu próprio ser, pois o caráter é incorrigível"
(Arthur Schopenhauer - Aforismos Sobre Filosofia de Vida)

Filósofos e Terapeutas

O cuidado de si sempre foi uma grande preocupação dos grandes pensadores da filosofia. Estes são considerados os terapeutas de si mesmo, pois a cura foi sempre a grande busca para tratar a psique humana (que sofre de depressão, angústia,...).
O filósofo é encarado como o médico das almas, tem o poder em suas mãos na busca da sabedoria que está em si mesmo. Para a cura há a necessidade do cultivo de si mesmo e relações que propiciem o caminho por si só o viés da cura, como as relações de amor e amizade.
Para os pitagóricos, baseados na matemática, o caminho para atingir a cura seria por meio de exercícios propedêuticos que impulsionariam a libertação da alma. Já os cínicos (Diógenes – vida de cachorro), viam na natureza, e somente nesta, o meio para conquistar a cura, visando uma vida com princípios de autenticidade e sem artifícios, por meio da natureza especificamente.
Já para Epicuro o caminho para a cura é demonstrado e alcançado somente por meio da verdade, e o tocante deste pensamento é que o pensador coloca que não é possível acabar com a dor, mas há a possibilidade de diminuí-la.
Outro aspecto com relação à cura, também é mencionado através da relação igreja-bruxaria, onde estes sabem sobre a vida e a morte dos indivíduos. Por outro lado, Rousseau aponta que para alcançar a cura deveríamos repensar os conceitos, as práticas e as certezas.
Por fim, a inscrição no templo de Delfos aponta a melhor saída para todas as crises que acercam toda a vida, e em especial a psique humana que necessita constantemente memorizar a importância da frase: “conhece-te a ti mesmo”.
No livro intitulado Filósofos e Terapeutas – em torno da questão da cura, vem de encontro com esta definição, e através dos pensadores clássicos quer apontar seu ponto de vista por meio de suas explanações.

O surgimento da Filosofia

A partir do momento em que o homem passou a questionar o por quê de sua existência e do mundo, este já estava caminhando para o filosofar, no entanto, o mérito do surgimento e nascimento da filosofia deve-se aos gregos; pois estes foram os precursores nas investigações cientificas que antes eram explicadas por antigas construções mitológicas.
Há a incerteza com relação ao caráter do surgimento da filosofia. Visto que há historiadores que defender o seu surgimento por parte do orientalismo, todavia, o ocidentalismo é bem mais aceito em nossa sociedade, pois foram estes que importaram um plano sistemático e mais detalhado sobre as investigações filosóficas.
Os poemas exerceram grande influência no pensar dos gregos, através destas obras eram transmitidos, juntamente com a mitologia, os fatos históricos e os modos de pensar da sociedade exigente. Um exemplo disto está nos relatos de Homero, nos escritos de Ilíada e Odisséia, que narram conflitos que transformaram a vida do homem grego. O período homérico, ou a epopéia homérica foram de grande valia para proporcionar uma visão panorâmica da Grécia. O que permitiu compreender em partes alguns dos fatores que levaram ao surgimento de filosofia. As primeiras noções filosóficas são vistas nas obras deste grande escritor.
Noções da areté eram apresentadas já nestes escritos, mas com uma visão não tão estritamente de cunho exclusivamente filosófico (a noção de virtude que era usado mais com o intuito de um caráter cavalheiresco por parte dos indivíduos na sociedade).
Outro fator essencial para a compreensão da origem filosófica é o valor atribuído aos mitos para explicar a realidade bem como os arquétipos de humanos existentes na Antigüidade.
Esta preponderância permitiu que do mito pudesse surgir a filosofia, que através primeiramente das epopéias (Homero, por exemplo) se propagassem um modo de pensar crítico e racional. Posteriormente, a filosofia adquiriu muitos adeptos os quais a adequaram e fizeram explanações sobre seus conceitos.
Todavia, a partir do instante em que a reflexão, o pensamento crítico e as noções primordiais são levados a um novo conflito de idéias, será sempre possível um “ressurgimento da filosofia”. Isto foi comprovado e ainda será no decorrer de toda a história da filosofia, pois os maiores pensadores de todas as épocas querendo ou não utilizaram destes meios para atingir e sustentar uma tese sobre seu ponto de vista e a sua concepção para com as noções básicas de todos os arquétipos.
Um exemplo claro desta noção, é o caráter extremamente filosófico e o valor concedido aos primeiros pensadores, como Tales de Mileto, Parmênides e Heráclito. Os quais serão sempre levados em conta nas explanações de vários filósofos. Já os pensadores clássicos como Sócrates, Platão e Aristóteles têm um valor “metafísico” (como algo que não há palavras para interpretar e demonstrar a importâncias destes pilares da filosofia) que ultrapassa todos os limites de nossa existência.

A Odisséia





O filme “A Odisséia”, que é baseado na obra Odisséia de Homero; apresenta uma grandiosa saga do guerreiro Odisseu (no caso, Ulisses), com o intuito de chegar a seu lugar de origem, após a guerra de Tróia.
O guerreiro mostra-se astucioso ao propor a idéia do presente grego aos troianos: o cavalo, que depois, acarretará na derrota dos troianos. No entanto, no momento em que grita aos quatro ventos que um ser constituído por carne, osso, pele e idéias é capaz de conquistar o mundo, desperta a ira de Posseidon, que o almadiçoa.
Todavia, o valente Odisseu é elogiado pelos deuses por ter sido o primeiro mortal a usar a cabeça para aprender que há uma coisa para aprender. Manteve-se, pois, perseverante em suas crianças diante dos percalços, o que lhe foi atribuído o direito de retornar a casa.
O essencial desta obra além da perseverança de Odisseu é o admirável intelecto deste guerreiro. Apontar que é fácil sentir raiva, no entanto, sentir raiva certa, na hora certa e pelo motivo certo é algo muito difícil. Denota, pois que os anos em que passou longe de casa o ajudaram a refletir que as circunstâncias que o cercavam apontavam um caminho para o fim do túnel, no entanto, ele optou pelo outro.
Os antigos usufruíam dos mitos para fazer a interpretação dos fatos históricos. Em um momento de guerra, no caso da guerra entre gregos e troianos, ouve a necessidade de um apego a algo para explicar o presente: o mito, assim como na Odisséia. A filosofia, em seus primórdios utiliza esses fatos para apontar as possíveis respostas as indagações nascidas das interpretações e reflexões sobre o mundo.