"Zombar da filosofia, é na realidade, filosofar" (Pascal)

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Eros e Tânatos?


Kant afirma que o imperativo categórico valida a ação, mas não a transforma em universal. A ação não tem importância em si, mas a adequação desta ação ao princípio de poder torná-la universal. O problema é a determinação de tal ação, assim como uma regra lógica sendo aplicada ao enunciado: o enunciado em sua natureza não importa, o que importa é a sua construção dentro do imperativo categórico.
A partir desta concepção Kant aponta para a vontade. No entanto, se esta vontade não pode trazer um valor ético – o que a torna egoística – torna-se então em qualquer coisa menos moral, e principalmente em máxima universal.
Pode-se tentar fazer um vislumbre desta noção, no filme sob a direção de Liliana Cavani, intitulado “O Porteiro da Noite” (1974), no qual há uma tomada de cenas que tentam fomentar a noção do sadismo e masoquismo em Freud. Que seguindo os princípios e distanciamentos distintos de Kant, Freud impregna a vontade. Vontade esta insaciável e o instinto sexual que pode levar a dois tipos de pulsões: EROS E TÂNATOS.
O prazer satisfeito à partir do sadomasoquismo é contemplado, exclusivamente, a personagem Maximilian Theo Aldorfer (ou, Max), em sua luta exacerbada para desviar seus pensamentos (relação com o seu passado, como membro da SS e o nazismo), e buscar sempre a perfeição e punindo-se sempre. Há o envolvimento de Max e Lucia o que acarreta em uma retomada de todos os conflitos psicológicos antes “esquecidos” por estes.
A vontade destes estarem juntos, acarreta em uma vontade ligada ao desejo, o que para Kant não leva a uma ética, apenas à paixão. Freud e Lacan, no entanto, difundem a hipótese das relações do superego, a saber, as pulsões de vida (EROS) e de morte (TÂNATOS), que estão em constante conflito na vida dos indivíduos.


Observação: Este comentário faz referência ao tema exposto em sala de aula (dia 19/04/2008), pela psicóloga e aluna de mestrado Leyserée (Kant – Freud – Lacan) e a indicação de filme para obter-se um paralelo foi do professor Daniel (“O Porteiro da Noite”).

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