"Zombar da filosofia, é na realidade, filosofar" (Pascal)

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Religião Moral em Kant


Para Kant, a lei moral não é necessariamente o que a cultura dita, pois existe uma lei que pode ir contra a cultura para se atingir a moral. O imperativo categórico kantiano (lei moral) determina que a vontade seja livre do sujeito, que esta é influenciada pelas paixões. O imperativo categórico passa a ser considerado digno e virtuoso. Posto isso, torna-se o sentimento moral, que age sobre a cultura.
A religião é vista como uma lei moral, que pode ser definida por duas vias: pela fé eclesial e pela fé racional. No entanto, a fé eclesial que fundamenta os estatutos e as religiões com dogmas, por exemplo, o cristianismo, é passível de erro. Ou seja, não pode ser considerada digna e virtuosa.
Todavia, a fé racional é calcada na boa conduta dos indivíduos, que seria a união dos homens pela lei de virtude que está inscrita no coração de cada um. O que Kant, utilizará como método para atingir o fim último: o Bem Supremo. Essa conduta moral tem um legislador, ao qual fica á cargo de Deus, este é que tem em seus poderes a definição das ações dignas e virtuosas.
Ao expor como objetivo primordial de seu trabalho de PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica), a possibilidade da religião racional derivada da moral pura, o aluno Jorge Vanderlei Costa da Conceição explicita a real hipótese da existência de uma religião racional baseada na moral pura. Visto que para se atingir esta moral pura há de se perceber a noção de fé racional.
Pois a partir da concepção da idéia de que através da fé racional se consegue construir toda uma boa conduta permeada pela união dos homens consigo, a moral pura vai ganhando espaço e fazendo crescer raízes e concatenando na formação de uma religião racional.
Em Kant, a experiência só é a validade de uma noção anterior ao objeto, ou seja, da moral pura é derivada a religião racional que advém desta os deveres morais que são por fim lançados como mandamentos divinos, aliando o inatismo e o empirismo em suas reflexões sobre a religião.
Esta redução da religião moral racional pela moral pura, intui a preocupação de Kant em admitir que a partir do momento em que há o contato da religião racional com a sua causa e seu fim último – Supremo Bem – a busca irá sempre seguir um movimento ascendente.

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